sábado, março 12, 2005

Não doeu tanto, doeu?



Assisti ontem Constantine, filme baseado num dos personagens mais famosos do universo Vertigo da DC. Bem, pra começo de conversa, o filme é muito bom SEEEEEEE você desligar o modo fã babão.

Normalmente eu não sou de reclamar (muito) por causa de mudanças nas adaptações, mas o que mais me deixa puto nesse filme são que as razões para as mudanças são imbecis demais. Dava pra usar praticamente o mesmo roteiro, mas mantendo maior fidelidade a HQ. Sem contar que Londres seria um palco muito melhor para uma trama sobrenatural do que Los Angeles. Tá chovendo atores britânicos de talento que fazem muito sucesso em Hollywood. Por que a dor de corno em botar um americano no papel?

Bem, mas como eu disse, é melhor desligar o modo fã babão. Vamos ao filme. Keanu Reeves não fede nem cheira no papel. Embora bem amenizado em relação aos quadrinhos (para agrdar a censura e aos retardados americanos), pelo menos ainda temos um anti-herói cínico e sem muita educação. A direção é excelente, os efeitos (embora abusivos para um filme que deveria ser mais sombrio) são muito bons. A trama, pra quem já não sabia gira em torno da morte da irmã gêmea da policial Angela Dodson (a sempre bela e competente Rachel Weisz), que pede ajuda a John Constantine para investigar as razões por trás do suicídio.

Qual não foi minha surpresa ao ver o vocalista do Bush (a banda deve estar com o nome amaldiçoado por estes tempos atuais), Gavin Rossdale, interpretando o demônio Baltazar. Na verdade quem apontou foi um amigo meu que reconheceu o cara de imediato. Mas o personagem mais interessante e bem mandado do filme inteiro foi o anjo Gabriel, interpretado de forma andrógena pela atriz Tilda Swinton. Como Lúcifer, temos Peter Stormare (o cara que troca os olhos de Tom Cruise em Minority Report), que nos dá um climáx muito interessante.

SPOILERRRRRRRSSSSSS
O filme tem duas ceninhas que merecem nota. Uma delas é muito boa arrancando risadas e apalusos da galera, que é justamente Constantine indo para o céu, mostrando o dedo médio para Lúcifer, depois de ter enganado o líder supremo do inferno. A outra, bem antes de rolar os créditos, estraga a essência do herói muito mais do que qualquer cabelo negro e sotaque americano. Chiclete? Como assim chiclete? Vejam e entenderão.

T+