sexta-feira, dezembro 18, 2009

Ainda o rei do mundo...





James Cameron é o cara que de tempos em tempos aparece para dar um tapa na cara da indústria e mostrar como se faz um filme-espetáculo. Eu digo espetáculo, pois os pseudo-intelectuais cinéfilos que usam tênis verdes e idolatram Almodovar, podem achar um lixo o cinemão blockbuster. Não posso culpá-los, afinal energúmenos como Michael Bay (Transformers 2) e Stephen Sommers (GI Joe) ajudam a denegrir o bom cinema pipoca que nós nerds tanto adoramos. Maaaaaaaaaas, estamos falando de Jim Cameron, porra. O cara que abre o zíper na frente dos executivos da Fox, desenrola sua pica quilométrica, cravejada de Orcars, e consegue 400... QUATROCEEEEEENNNNTOS... milhões de dólares para sua nova investida nas telonas.


E o resultado deste investimento e 10 anos para desenvolver a tecnologia certa é Avatar... ou "Como a nova trilogia de Star Wars deveria ter sido!"... ou "Senta e aprende, Lucas!". Sabe quando você olha para alguma coisa tão embasbacante que só nota que sua boca esta aberta durante meia hora porque a saliva já secou?  Eu realmente não lembro de ter piscado durante os 161 minutos de projeção.


O filme foi feito para ser aproveitado ao máximo em I-MAX e em 3D. Infelizmente no Rio, este balneário safado que acha que pode sediar uma Olimpíada, e só tive acesso a segunda melhor opção... apenas 3D. O que o faz diferente dessa enxurrada de filmes em três dimensões que tivemos esse ano? Bem, pra começar que tem cópias legendadas, como a que eu vi. E segundo... bem, do momento que Jake Sully (Sam Worthington) sai de sua cápsula de animação suspensa e saímos de um lugar extremamente confinado para o interior enorme de uma puta nave espacial, percebemos a sensação absurda de profundidade.


O visual do filme talvez seja o dinheiro mais gasto em efeitos da história do cinema. O universo criado pelo tio Jim é excroooootamente real, detalhado e imersivo.O 3D faz você abanar os mosquitos do rosto. Pandora é um lugar vivo, multi-colorido, mortal e belo. A floresta durante a noite é uma rave. O próximo Universo Paralello poderia ser lá... valeria a viagem de cinco anos.


Jim Cameron chutou o pau da barraca com a tecnologia de motion... e emotion capture. Não é à toa que ele foi atrás da Weta de Peter Jackson para o trabalho. Os Na'Vi são mais reais do que Gollun... e multiplicado por milhares. A performance dos atores é capturada com perfeição e você esquece que esta olhando para "bonecos" digitais.  Aliás... você esquece que a floresta também é digital.


Mas tio, e a história? Bem, Uncharted 2 venceu o Video Games Award este ano como Game of the Year. E porque diabos estou falando de Uncharted? Porque Uncharted é um jogo de aventura de plataforma estilo Tomb Raider, que mistura shooter com cover como Gears of War e possui elementos de stealth como Metal Gear... ou seja,executa tudo aquilo que já foi usado antes, com extrema competência.


Na trama, o ex-mariner Jake Sullivan decide tomar o lugar de seu falecido irmão gêmeo no programa avatar, no planeta Pandora. O objetivo é usar corpos híbridos de humanos com Na'vi para diminuir o choque cultural entre os dois povos. Por trás do projeto está um conglomerado com propósitos escusos de minerar o planeta em busca de um metal valiosíssimo que poderia salvar a Terra de sua atual crise energética. Só que não é tão fácil assim quando se descobre que Pandora possui uma ligação muito especial com os seus habitantes (ou um cabo de USB bombado que sai do cabelo deles... hehehehe!). De que lado Jake vai ficar quando a merda atingir o ventilador?


Avatar é uma aventura clássica, mito do herói na veia, com elementos mais do que manjados, como cowboys versus índios, febre do ouro, humanidade filha da puta que não respeita a natureza, romances proibidos, tecnologia e ganância versus primitivos sábios. Já vimos filmes assim milhares de vezes. O segredo está em fazer bem feito. Mesmo sabendo o final, você curte a viagem e sente por cada personagem em tela. Isso, James Fucking Cameron sabe fazer, pois sabe que sem essa ligação com a história, você caga praquele bando de efeitos... OUVIU MICHAEL BAY? SEU FILHO DA PUTA QUE DESTRUIU TRANSFORMERS!


Bem, tenho toneladas de coisas a mais para falar, mas já são meia noite. Confiram aqui a crítica profissa de Érico Borgo, the man, no site do Omelete. E corram logo para a porra dos cinemas, seus lerdos. Avatar não é o filme do ano. É o filme da década... até Jim Cameron resolver fazer algo novo.


T+