sábado, dezembro 10, 2005

Entrando no armário...



Pois é, poderia ter sido muito melhor. O filme me divertiu mais do que Harry Potter (embora comparar os dois não seja justo, pois são tão diferentes), mas não teve nem de perto o impacto de um Senhor dos Anéis (dãããã).

As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa é a adaptação do segundo da série de livros de C.S. Lewis, um dos melhores amigos do tio Tolkien, falando as aventuras de quatro irmãos pelo mundo mágico de Nárnia. O livro aliás, é escrito numa linguagem bem infantil, muito, mas muito mais do que o Hobbit, que na época era também uma história para crianças. O filme se mantém fiel na medida do possível, só extendendo um pouco o começo e dando um ar mais sério... mas nem tanto, afinal, ainda é a Disney.

No longa, vemos os quatro irmãos da família Pevensie, Peter, Susan, Edmund (que teve seu nome traduzido para Edmundo, o animaaaaaaaal) e a pequena Lucy (que aliás, com o perdão da viadagem, esbanja fofura) sendo mandados para a casa do recluso Professor Kirke, no interior da Inglaterra, para fugir da guerra que assola Londres. Lá eles acham um guarda-roupa que na verdade é uma porta dimensional para a fantástica terra de Nárnia, que sofre com um inverno de 100 anos e com o governo auto-imposto da Feiticeira Branca (The White Bitch). Acontece que rola por lá uma profecia (ahhhh, sempre essas malditas profecias e esse cachorro intrometido) de que um dia dois filhos de Adão e duas filhas de Eva, (aviso de propaganda cristã explícita) chegariam em Nárnia para acabar com essa merda, travando uma guerra contra a rainha frígida (que na minha modesta opinião, tava era precisando de uma pica real para deixar de babaquice), contando com a ajuda do nobre leão Aslan, uma espécie de Gandalf/messias com quatro patas e uma juba (e dublado pelo Qui-Gon Jin).

O resultado no fim do longa é aquela sensação de que poderia ser muito melhor, poderia ser muito mais explorado, poderia ter o Peter Jackson dirigindo... hehehehe! Pelo menos não tem cara de livro como os filmes do bruxinho, vantagem de se ter um autor que não pode ficar dando pitaco no roteiro de sua cova.

Os efeitos especiais... foooooooooooooodas! Os centauros e os faunos, as animações dos animais e principalmente do Aslan ficaram perfeitas. Apenas em duas ceninhas que a gente nota que parecem terem sido terminadas às pressas, pois um efeito básico de chroma-key (que consiste em casar os personagens com o cenário que substitui o fundo azul) está uma merda. Dá pra ver a montagem claramente. Coisa de episódio do Chapolin.

Legal mesmo é ver o Papai Noel dando armas para crianças. "Uma espada? Pô, tio, rola uma bazuca não?"



Na foto acima, o mestre Richard Taylor, chefão da Weta Workshop, a empresa de efeitos mais foda do mundo. Cliquem aqui e leiam uma matéria legal. ILM who?

Bem, é isso. Não é uma perda total, mas também não é o que eu esperava. De qualquer maneira, sexta que vem eu desconto... com um certo gorila de 15 metros, num filme de 187 minutos, dirigido pelo mestre dos nerds.

T+